Uma frase que ouvi uma vez: design não é para o designer. Design é para outra pessoa. E design de experiência do usuário, mais ainda. Neste artigo, você vai entender porquê.
Você já deve ter ouvido falar de usabilidade de sites ou da experiência do usuário, ou ainda de user experience (UX). Esse conceito remete a qualquer sentimento que as pessoas tenham quando interagem e se relacionam com produtos, sistemas ou serviços de qualquer tipo.
No ambiente digital, todo projeto carrega, além de um propósito, uma marca. E toda marca tem seu público, formado por pessoas que são, naturalmente, muito diferentes umas das outras. É aí que a coisa se complica.
Planejamento de interfaces para melhorar a usabilidade de um site
Mesmo aquela pessoa sem muita intimidade com o universo digital deve conseguir usar a sua interface com facilidade. Ela deve atender ao propósito, mas precisa também transmitir boas impressões, sensações agradáveis e impacto visual que, mais tarde, podem se converter em vendas ou negócios fechados.
Temos que pensar que os usuários não estão interagindo apenas com um site ou aplicativo. Eles interagem com a marca, ou seja, qualquer frustração vivida nesta trajetória impacta a sua reputação. Essa experiência precisa ser a mais prática e intuitiva possível. Não exija que seu público precise pensar muito, como já defendia Steve Krug:
“Se não está claro para mim à primeira vista, o resto da interpretação será ainda mais difícil, e as chances de eu me frustrar ou entender algo errado são bem grandes. Se eu, entretanto, entender “de primeira”, estou muito mais propenso a interpretar corretamente tudo que eu vir na página, o que aumenta e muito minhas chances de ter uma experiência agradável e bem-sucedida.”
Steve Krug – programador e autor do livro Não Me Faça Pensar
Afinal, como fazer um projeto digital que ajude a melhorar a usabilidade?
1) Fale a mesma língua que o consumidor.
Todo o conteúdo da interface deve ser baseado em palavras, frases e conceitos familiares aos usuários. Para isso, comece conhecendo bem a sua audiência. Busque insights. Faça um descritivo das ideias. Lembre-se de estabelecer diálogos simples e naturais, e fornecer as informações que o usuário precisa de forma direta, rápida e clara.
Você pode usar diversas ferramentas de marketing para te ajudar a entender melhor o seu usuário, como brand ecosystem, personas, consumer journey, pesquisas e entrevistas.
2) Seja consistente no conteúdo e na estética.
Cuidado para não passar informações ou usar conceitos de forma conflitante em locais diferentes da interface. É importante seguir um padrão para o conteúdo, a estética e a hierarquia de informações para que o usuário reconheça esse padrão e sinta que pode confiar nele.
3) Faça com que o usuário sinta que está no controle.
A cada ação executada na interface, deixe claro para o usuário o que está sendo feito e quais as consequências à medida em que ele avança em um fluxo de cliques. Se ele vai receber um e-mail automático, por exemplo, informe-o previamente.
Sinalize claramente as saídas e os retornos para etapas anteriores dos processos. Mensagens de erro não devem intimidar, confundir ou culpar o usuário, certifique-se de que elas sejam precisas.
Quando você tiver uma boa visão do todo, é hora de construir o sitemap. Aí, sim, comece a desenhar seu projeto:
4) Faça um wireframe
Pra quem não sabe, um wireframe é um protótipo de baixa fidelidade, navegável, ainda sem cores, imagens ou qualquer elemento visual. É sobre usabilidade, fluxo do usuário, arquitetura e hierarquia das informações.
Confira estes exemplos!
Como o esqueleto no corpo humano, a planta baixa de uma casa ou o rafe de uma campanha. Às vezes, negligenciado por muitas empresas, e até criticado por alguns projetistas, o wireframe é parte fundamental no processo criativo.
Saiba as vantagens de incluir um wireframe no seu projeto
- O wireframe envolve o cliente no processo, traz segurança em relação ao que está sendo projetado e evita surpresas e reprovações posteriores.
- Auxilia todos os membros da equipe a entenderem sobre o funcionamento do projeto, por ser organizado e navegável.
- Mostra as lacunas do projeto, antes da direção de arte e do desenvolvimento, evitando refações e prejuízos.
Aqui, na Calebe_, acreditamos que a facilidade de uso é ainda mais importante do que a estética. Por isso, dedicamos tempo e esforço nessa fase do projeto, para experimentar mais, definir a usabilidade mais adequada e melhor organização do conteúdo. Assim, testamos as possibilidades, antes de tomar decisões finais em um projeto.
Não ignore o wireframe. Certamente, você terá problemas lá na frente. Acreditem. Aprendi isso na marra 🙂